Porque há cada vez mais mais mulheres infiéis?

Cada vez há mais mulheres infiéis. Os números não o deixam enganar: mais de 30 por cento das mulheres europeias confessam que já foram infiéis e o número tem tendência a continuar a aumentar. Por isso, a questão que surge associada é só uma: estará este número relacionado directamente com a emancipação feminina e com o empoderamento da mulher? A resposta não é simples e não se pode colocar estas questões no preto e branco. Por isso, a resposta será sim e não.

Casal apaixonado na rua

ESTARÁ A INFIDELIDADE RELACIONADA COM A EMANCIPAÇÃO FEMININA?

Os números não o deixam enganar: mais de 30 por cento das mulheres europeias confessam que já foram infiéis e o número tem tendência a continuar a aumentar. Por isso, a questão que surge associada é só uma: estará este número relacionado directamente com a emancipação feminina e com o empoderamento da mulher? A resposta não é simples e não se pode colocar estas questões no preto e branco. Por isso, a resposta será sim e não.

De facto, vivemos uma época de empoderamento feminino sem precedentes, apenas comparado aos primeiros momentos de grandes conquistas dos direitos da Mulher na primeira metade do século XX. As mulheres estão cada vez mais conscientes do seu papel na sociedade e, consequentemente, dos seus direitos e deveres. Além disso, movimentos como o #metoo, por exemplo, têm ajudado a destruir a sociedade patriarcal construída à séculos no mundo ocidental e eurocêntrico.

O que tem contribuído para o aumento da infidelidade ?

Essa aproximação entre géneros e dos papeis sexuais tem assim diluído as diferenças entre homens e mulheres a todos os níveis, incluindo a nível sexual, obviamente. Assim, o que dantes era um problema quase exclusivamente masculino – a infidelidade – é hoje também uma realidade feminina. O que faz com que, consequentemente, os homens passem também a ocupar o papel de traídos, ocupando uma posição da qual não estavam habituados.

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Pode-se dizer que isso é uma consequência do empoderamento feminino, mas será mais correcto aponta-lo como uma consequência da aproximação da mulher e do homem, especialmente a partir dos seus papeis na sociedade. O género é uma construção social e, com o diluir destes conceitos, o que estava anteriormente vetado à mulher passa a estar acessível. Seja acções como votar ou guiar, seja o acesso a profissões até então maioritariamente masculinas ou a adopção de comportamentos que associamos aos homens.

Quais as razões deste aumento de infidelidade feminina ?

As razões que levam à infidelidade conjugal são, por isso, variadas e não têm nada a ver com a emancipação feminina. Pelo menos, se procurarmos ver a questão do ponto de vista directo. Existem razões do ponto de vista biológico, uma vez que a ciência mostra que o desejo sexual da mulher é superior ao do homem, especialmente à medida que a idade vai avançando. Ou existem razões de índole pessoal ou social.

O que a emancipação feminina veio permitir foi o romper dos esteriotipos e de ideias feitas, como de que as mulheres buscam apenas amor e os homens buscam sexo. Os mesmos estudos que citámos acima mostram que as mulheres passaram a estar num papel social mais activo e que também passaram a agir por motivação sexual ou atracção física, algo que anteriormente não acontecia tanto.

A tecnologia proporciona mais affairs extraconjugais ?

Também é verdade que a internet tem contribuído para este cenário e os diversos sites de encontros aproveitado disto. Com a democratização da internet – o advento do wifi e dos dispositivos móveis, como os smartphones e tabelas -, a world wide web passou a ser terreno fértil para as pessoas se encontrarem e se conhecerem. Os sites de encontros têm-se multiplicado e passou a ser bem mais fácil estabelecer relações.

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Não é por acaso que surgiu entretanto outra forma de traição: a virtual. Esta está relacionada com o sexting, ou seja, o envio de mensagem ou fotografias picantes. O número de casos de sexting extraconjugais também tem aumentado junto dos casais europeus e isso tem a ver com a facilidade da internet em isso acontecer, assim como o facto de ser bastante fácil esconde-lo.

Os sites de encontros extraconjugais

Esses sites e aplicações de encontros sabem tudo isto e têm sabido tirar proveito desta conjuntura. É comum estas páginas defenderem-se com o argumento de que quem quer trair arranja sempre forma de o fazer, mas o que é certo é que existem sites que se promovem como “o primeiro sítio para casos extraconjugais pensado essencialmente para mulheres infiéis”. No entanto, por mais que estas páginas procurem empregar estas palavras e estes conceitos no seu marketing, dizer que o empoderamento feminino levou a um maior número de traições junto das mulheres é distorcer o discurso. O empoderamento feminino tem a ver com a igualdade e a equidade de direitos, não com enganar o marido ou companheiro.